Como encontrar a ideia central
- livroestrategias
- 25 de jun. de 2017
- 3 min de leitura
Quando o texto é uma notícia, é preciso extrair a ideia central e identificar as secundárias, ou seja, os detalhes que nos ajudam a entender a informação mais importante. Para isso, é fundamental fazer as seguintes perguntas: O quê? Onde? Por quê? Quando? Quem? Que quantidade? Como? Veja!
Confrontos na Venezuela deixam um morto, dezenas de feridos e detidos
Manifestantes opositores enfrentaram nesta quinta-feira (6) agentes da Guarda Nacional e policiais em Caracas, em confrontos que deixaram um morto, vários feridos e dezenas de detidos, em meio aos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Um jovem de 19 anos morreu após ser baleado no peito durante um protesto na noite desta quinta-feira no subúrbio de Montaña Alta, informou a polícia do Estado de Miranda.
Jairo Ortiz faleceu "devido a um ferimento de bala na altura do tórax", quando efetivos militares chegaram para remover um bloqueio de rua por parte de manifestantes, disse à AFP o porta-voz Miguel Mederico. Henrique Capriles, ex-candidato presidencial e governador de Miranda, responsabilizou o ministro do Interior e Justiça pela morte de Ortiz: (Néstor) "Reverol obriga os comandantes da Guarda [Nacional] a reprimir sem importar as vidas".
Durante o dia, uma passeata em direção ao centro de Caracas foi reprimida com violência por homens da polícia e da Guarda Nacional. Cerca de 20 mil pessoas vindas de sete pontos da cidade ocuparam a autoestrada Francisco Fajardo, que liga a zona leste, reduto da oposição, à região central -três vezes mais dos que foram às ruas dois dias atrás.
"Retiramos duas pessoas com ferimentos na cabeça, uma com o braço fraturado e uma jornalista intoxicada", disse à AFP o deputado Miguel Pizarro, que participou do protesto. Um membro da Guarda Nacional também foi ferido na cabeça.
O prefeito do município de Chacao, Ramón Muchacho, informou que 19 pessoas feridas foram atendidas, mas não correm risco.
Em rede nacional de TV, Maduro informou que trinta manifestantes foram "detidos" e "vamos atrás de todos, estão todos identificados". "Um a um vão cair e irão à Justiça".
Os confrontos começaram quando a manifestação, que reuniu 10 mil pessoas, mudou de rumo para se dirigir até o centro da cidade e foi impedida de avançar por uma barreira montada pelos policiais. Os opositores se concentraram em uma estrada na altura do bairro de Altamira, segundo o plano original, mas Capriles e outros dirigentes decidiram seguir até a Defensoria do Povo, localizada em uma área histórica.
"Capriles está procurando por mortos para incendiar o país", denunciou o dirigente oficialista Freddy Bernal.
No setor de El Recreo, a militarizada Guarda Nacional colocou grandes caminhões e uma barreira metálica, bloqueando a estrada de oito pistas.
Também lançaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de águas para dispersar a multidão, mas os manifestantes, muitos deles com os rostos cobertos, responderam com pedras. Quando a manifestação tentava avançar pelas ruas adjacentes, o batalhão de choque se deslocava para bloquear a passagem, utilizando bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d'água.
Da manifestação participaram vários deputados da maioria opositora no Parlamento.
"Vamos ficar aqui até conseguir passar", expressou a parlamentarista Gaby Arellano, enquanto choviam balas de borracha.
Na linha de frente estava o vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, que pedia aos manifestantes para avançar, mas sem atirar pedras. O deputado Carlos Paparoní, outro parlamentar no front, devolveu uma das bombas de gás lançada pela polícia.
"Basta de diálogo! Até quando? Estamos dispostos a tudo, até morrer", declarou um manifestante, chamado de "capitão".
Após várias horas de confronto, a Guarda Nacional desmontou parte da barreira para que dois caminhões do choque e policiais avançassem para dispersar os manifestantes, que se reagruparam em outras zonas.
"Não vamos nos calar, nos fizeram recuar, mas vamos resistir", disse Agustín Ovalles, 32, com os olhos lacrimejando pelo gás.
O governo costuma impedir qualquer mobilização opositora até o centro, que o chavismo considera seu reduto e onde se concentram as sedes dos poderes públicos. Nessa área, próximo à Assembleia Nacional, milhares de oficialistas se manifestavam nesta quinta-feira em apoio a Maduro.
A oposição anunciou que voltará às ruas no próximo sábado, "com o dobro de gente que saiu hoje e tem de estar nas ruas da Venezuela". "O povo não está fazendo nada errado, salvo exigir seus direitos", declarou Freddy Guevara.
Folha de São Paulo, 07/04/2017.
Ao fazer as perguntas O quê? Onde? Por quê? Quando? Quem? Que quantidade? Como?, encontramos:
1-confrontos que deixaram um morto, vários feridos e dezenas de detidos,
2- Caracas, Venezuela;
3- oposição ao governo;
4- abril de 2017;
5- agentes da Guarda Nacional, policiais e jovens opositores;
6- Cerca de 20 mil pessoas.
Obs: Levar o aluno a identificar o Lead de uma notícia.
Em jornalismo, o lide, ou lead no original inglês, é a primeira parte de uma notícia, geralmente o primeiro parágrafo posto em destaque, que fornece ao leitor informação básica sobre o conteúdo. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Lide_(jornalismo))
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